segunda-feira, 25 de maio de 2015

Você conhece Geraldinho?







Ninguém conhece Geraldinho, ou melhor, Geraldinhos. Já pesquisei no Google e não há referencias a este docinho, que fez parte de minha infância. Foi criado por minha avó.
O porque do nome permanecerá para sempre um mistério. A principio, achei que era algum tio, mas não há registros de parente com este nome na família.
Gosto de imaginar minha avó numa tarde qualquer, já idosa, preparando agradinhos para as netas, e ter a ideia de fazer pão-de-ló em forminhas de empadinhas.Ela gostava de fazer coisas pequeninas para a gente. A massa deve ter ficado seca e então ela teve a ideia de embebê-las em calda, assim como os papos de anjo, que tão bem fazia.
Talvez, naquele momento, lhe tenha vindo a lembrança de algum namorado dos tempos de mocinha e, com um sorriso secreto, resolveu dar o nome em homenagem ao amor antigo. Ou então queria implicar com meu avô, que se chamava Oscar.
Quem come um Geraldinho não esquece. Eu, pelo menos nunca esqueci. Lá vinham eles, em forminhas de margarida, molhadinhos e rescendendo a baunilha e raspa de limão, empilhados sobre um belo prato de cerâmica colorido.
Compartilho agora com vocês esta receita, talvez inédita, talvez não, afinal existe o tal do inconsciente coletivo, tão querida da minha infância.
Geraldinhos

Ingredientes

40g de manteiga (2 colheres de sopa)
80g de açúcar
4 gemas
4 claras em neve
1 colher de chá de fermento em pó
80g de farinha de trigo
1 colher de café de baunilha.
sal 1 pitada
Calda:
250g de agua
300g de açúcar
raspa de  1 limão

Preparo:
Bater açúcar com as gemas e a baunilha, juntar a manteiga. Juntar a farinha peneirada com o fermento e o sal.
Juntar as claras em neve.
Dispor em forminhas de empada untadas com manteiga. Assar em forno a 180.
Fazer a calda em ponto de fio
 Mergulhar na calda quente e escorrer.
Arrumar em forminhas laminadas em forma de margaridas.
servir junto com um bom cafezinho fresco.
   
  


domingo, 24 de maio de 2015

Eu quero é botar meu blog na nuvem!





Eu quero botar meu blog na nuvem

Escrever para mim é uma benção e uma maldição.
Sou erratica por natureza, e minha inspiração não obedece a disciplina alguma que lhe foi imposta.
Tentei, por varias vezes, estabelecer uma rotina de escrever, que invariavelmente resultou em angustiantes horas diante de uma tela em branco, alternada com visitas ao Face Book.
Sou acometida de "surtos literarios" que, sem qualquer aviso se abatem sobre mim. Acontecem na esteira da academia,  numa caminhada na beira da praia. ou durante  alguma conversar desinteressante, o que me faz passar por  biruta, distraída, excêntrica, ou coisa que o valha. Cá com  meus botões, acho que são detonados por alguns sentimentos como melancolia ou euforia extrema.
De repente, é como se um dique se tivesse rompido, e uma enxurrada impiedosa de palavras jorra e se derrama por todo o meu cerébro, e que por lá permanecem me assombrando, dia e noite,  até que eu as aprisione numa tela branca de computador, onde então se aquietam.
Passei um bom tempo submersa num mar de mesmices, presa num barco chamado rotina, onde, para qualquer direção que se olhasse, só havia marasmo e mediocridade.
Cá estou de volta, escrevendo como sempre com o coração acelerado, correndo atrás das minhas ideias soltas, antes que fujam de minha cabeça e voltem para o desterro do esquecimento, de onde ficarão me assombrando por não tê-las posto a salvo.
Cá estou eu, querendo botar meu blog na nuvem da internet, que flutua e que está em todas as partes, como uma divindade onisapiente, onde paira todo o conhecimento da raça humana. E por lá, junto com todas as outras ideias lá depositadas, junto com a genialidade, mediocridade,  riqueza, miséria, bondade, maldade, engenhosidade, criatividade e tudo o mais que a humanidade criou,  minhas ideias ficarão vagando pelo universo.





quinta-feira, 21 de maio de 2015

Brevidades





Brevidades
À medida que envelhecemos, vamos nos tornando mais nostálgicos. O passado, por que já passou, se torna doce. As lembranças nos vêm envoltas nos véus das memórias perdidas.
Minha avó fazia brevidades. Docinho antigo de outras épocas, de cozinhas com mesas de madeira, fogões Cosmopolita e geladeiras Frigidaire.
Trata-se de um bolinho feito com polvilho doce, uma versão brasileira de um petit four qualquer, essas francesices que todos acham chique, certamente inventado  por alguém genialmente simples, que substituiu a farinha pelo que tinha à mão: amido de mandioca.
O resultado é surpreendente. Um docinho delicado, que se derrete na boca, tão fugaz quanto o nome que  lhe foi dado.
Achei a receita de minha avó e assei uma fornada de brevidades, nas forminhas de empadinhas, tal qual ela fazia.
Desenformei e salpiquei açúcar de confeiteiro. Não resisti e comi uma, ainda quentinha.
Tão breve e tão bom quanto eu lembrava. Naquele momento a memoria se desfez de seu véu das lembranças  esmaecidas e nitidamente me vi sentadinha na cozinha de minha avó, tão branquinha, lá na Tijuca, comendo brevidades e matraqueando aquela conversinha inócua das crianças, enquanto lambia os dedos.
Uma lágrima fortuita escorreu. Tratei de enxugar e comi as restantes junto com um cafezinho.
Breve vida, vida breve, feita de brevidades. Breves prazeres, quanto mais breves mais intensos, breves momentos de felicidade.

Brevidades
5 ovos
2 xícaras de (chá) de açúcar
3 xíxaras de (chá) de polvilho doce 
1 colher (chá) de baunilha 

Modo de Fazer
Bata na batedeira as claras em neve. Junte o açucar e bata até ficar um merengue brilhante. Diminua a velocidade e junte as gemas. Desligue a batedeira e junte o polvilho doce, peneirado. Misture bem. Distribua entre forminhas de empada de cerca de 4cm de diâmetro, untadas e enfarinhadas.  Assar em forno aquecido a 180 o. C até dourarem levemente.