Ninguém conhece Geraldinho, ou melhor, Geraldinhos. Já pesquisei no Google e não há referencias a este docinho, que fez parte de minha infância. Foi criado por minha avó.
O porque do nome permanecerá para sempre um mistério. A principio, achei que era algum tio, mas não há registros de parente com este nome na família.
Gosto de imaginar minha avó numa tarde qualquer, já idosa, preparando agradinhos para as netas, e ter a ideia de fazer pão-de-ló em forminhas de empadinhas.Ela gostava de fazer coisas pequeninas para a gente. A massa deve ter ficado seca e então ela teve a ideia de embebê-las em calda, assim como os papos de anjo, que tão bem fazia.
Talvez, naquele momento, lhe tenha vindo a lembrança de algum namorado dos tempos de mocinha e, com um sorriso secreto, resolveu dar o nome em homenagem ao amor antigo. Ou então queria implicar com meu avô, que se chamava Oscar.
Quem come um Geraldinho não esquece. Eu, pelo menos nunca esqueci. Lá vinham eles, em forminhas de margarida, molhadinhos e rescendendo a baunilha e raspa de limão, empilhados sobre um belo prato de cerâmica colorido.
Compartilho agora com vocês esta receita, talvez inédita, talvez não, afinal existe o tal do inconsciente coletivo, tão querida da minha infância.
Geraldinhos
Ingredientes
40g de manteiga (2 colheres de sopa)
80g de açúcar
4 gemas
4 claras em neve
1 colher de chá de fermento em pó
80g de farinha de trigo
1 colher de café de baunilha.
sal 1 pitada
Calda:
250g de agua
300g de açúcar
raspa de 1 limão
Preparo:
Bater açúcar com as gemas e a baunilha, juntar a manteiga. Juntar a farinha peneirada com o fermento e o sal.
Juntar as claras em neve.
Dispor em forminhas de empada untadas com manteiga. Assar em forno a 180.
Fazer a calda em ponto de fio
Mergulhar na calda quente e escorrer.
Arrumar em forminhas laminadas em forma de margaridas.
servir junto com um bom cafezinho fresco.
7 comentários:
Eu farei!!!
Geraldinhos marcaram, também, os bons tempos de minha família. Era uma receita "perdida" que eu acabei achando num velho caderno de receitas de minha mãe (hoje com 93 anos).
Fiquei em dúvida se a receita estava certa, e graças a tentar achá-la na Internet foi que, com muita surpresa e satisfação, encontrei este seu post.
Neste dia dos pais nossa família se reuniu e nosso objetivo era reproduzir os cardápios que marcaram a nossa infância. Dentre eles, os geraldinhos.
Eu mesmo os preparei e ficaram ótimos!
Transmito o nosso agradecimento com muito carinho à sua família, e em especial à sua avó, onde quer que ela esteja (espero que ainda com vida e saúde).
Saboreemos, pois os geraldinhos e deixemos em segredo a origem deste nome!
Na minha família também era sinal de festa. Tenho a receita da minha mãe e depois vou comparar com a sua, mas a lembrança é maravilhosa. Acho que originalmente é um doce português.Tínhamos um aparador enorme, tipo uma cristaleira, e os geraldinhos ficavam nele, aguardando o momento de serem servidos. Ficavam ali, pelo menos, um dia inteiro. E esse é um dos segredos do docinho. Quanto mais tempo passa, mais gostosos ficam! Amo!
Minha mãe era conhecida pelo doce, Maria dos Geraldinhos, em qualquer festa que tinha lá minha mãe levava uma bandeja de Geraldinhos a pedido dos anfitriões. Só que a verdadeira receita leva Rum na calda e o açúcar precisa mesmo ser cristalizado.
Conheci a receita de Geraldinho em 1988. Fiz muitas vezes e na calda eu colocava licor, o que dava um toque especial. E os envolvia, depois de molhados, em açúcar cristal. Deliciosos!
Nas festas da minha família não podiam faltar os famosos Geraldinhos feitos por minha Tia Candinha. Isso há mais de sessenta anos. Lembrei deles com saudade e vim parar aqui atrás da receita.Vou fazer e tentar reencontrar aquele sabor da infância.
Muito obrigada por esta publicação. Minha mãe e eu ficamos muito felizes em encontrar essa receita e a história dela! Este doce pertence à infância da minha mãe também. Ela sempre me falava desse doce, porém não tínhamos a receita. Ela lembra com grande afeto da delícia de degustá-lo e conta que minha avó fez algumas vezes o Geraldinho e se recorda, em especial, da ocasião em que ela o fez para comemoração de um ano novo, há aproximadamente 60 anos, e que fez muito sucesso entre os participantes.
Perguntamos à minha avó, ainda em vida, sobre a receita, mas ela não a tinha mais.
De tanto minha mãe falar, fiquei com muita vontade de experimentar e, graças a sua brilhante ideia de colocar aqui a receita e a história deste quitute, conseguimos realizar este desejo. Fizemos a receita neste fim de semana e foi um sucesso! :)
Postar um comentário