Ninguém conhece Geraldinho, ou melhor, Geraldinhos. Já pesquisei no Google e não há referencias a este docinho, que fez parte de minha infância. Foi criado por minha avó.
O porque do nome permanecerá para sempre um mistério. A principio, achei que era algum tio, mas não há registros de parente com este nome na família.
Gosto de imaginar minha avó numa tarde qualquer, já idosa, preparando agradinhos para as netas, e ter a ideia de fazer pão-de-ló em forminhas de empadinhas.Ela gostava de fazer coisas pequeninas para a gente. A massa deve ter ficado seca e então ela teve a ideia de embebê-las em calda, assim como os papos de anjo, que tão bem fazia.
Talvez, naquele momento, lhe tenha vindo a lembrança de algum namorado dos tempos de mocinha e, com um sorriso secreto, resolveu dar o nome em homenagem ao amor antigo. Ou então queria implicar com meu avô, que se chamava Oscar.
Quem come um Geraldinho não esquece. Eu, pelo menos nunca esqueci. Lá vinham eles, em forminhas de margarida, molhadinhos e rescendendo a baunilha e raspa de limão, empilhados sobre um belo prato de cerâmica colorido.
Compartilho agora com vocês esta receita, talvez inédita, talvez não, afinal existe o tal do inconsciente coletivo, tão querida da minha infância.
Geraldinhos
Ingredientes
40g de manteiga (2 colheres de sopa)
80g de açúcar
4 gemas
4 claras em neve
1 colher de chá de fermento em pó
80g de farinha de trigo
1 colher de café de baunilha.
sal 1 pitada
Calda:
250g de agua
300g de açúcar
raspa de 1 limão
Preparo:
Bater açúcar com as gemas e a baunilha, juntar a manteiga. Juntar a farinha peneirada com o fermento e o sal.
Juntar as claras em neve.
Dispor em forminhas de empada untadas com manteiga. Assar em forno a 180.
Fazer a calda em ponto de fio
Mergulhar na calda quente e escorrer.
Arrumar em forminhas laminadas em forma de margaridas.
servir junto com um bom cafezinho fresco.